Resumo | O campo magnético terrestre apresenta variações de longo e curto períodos. As primeiras com períodos T> 1 ano são associadas aos processos dinâmicos em ocorrência no interior da Terra; as segundas com períodos T < 1 ano são intimamente relacionadas a fenômenosfisicos externos decorrentes da interação Sol-Terra. Essas variações são classificadas, segundo o período, em: secular (> I ano), diurna (24 horas), distúrbios associados as tempestades magnéticas (com períodos bastante variáveis), micropulsações (0,2-1000 s) e atmosféricas «1 s). Somam-se a estas o ruído produzido pelas atividades do homem, na mesma faixa de freqüência das variações atmosféricas. A variação secular tem, primariamente, origem interna. A variação diurna é atribuída à existência de um sistema de correntes elétricas (Sq) na região E da ionosfera, com dois vórtices localizados respectivamente nas proximidades das latitudes de 300S e 300N. Os distúrbios resultam da entrada violenta de grandes quantidades de plasma solar na magnetosfera, por ocasião das tempestades geomagnéticas. As micropulsações resultam de interações complexas entre as partículas carregadas do vento solar e o plasma da magnetosfera e ionosfera terrestres. As variações atmosféricas originam-se de descargas elétricas em ocorrência na atmosfera terrestre; essas descargas atuam como antenas transmissoras gerando campos eletromagnéticos na atmosfera. As variações produzidas pelo homem são provenientes, geralmente, das redes de distribuição de energia elétrica. Os resultados apresentados neste estudo restrigem-se a variação diurna e as variações geomagnéticas observadas na faixa de 10 a 1000s em algumas estações, situadas nas regiões do Eletrojato Equatorial e Anomalia Magnética do Atlântico Sul. Nos estudos referentes a AMAS, utilizou-se dados da estação magnética de Santa Maria, RS, (27° S, 53°W) e, também, de Darwin, na Austrália, situada fora da região da Anomalia, na mesma faixa de latitude sul. Nos estudos sobre o Eletrojato Equatorial fez-se uso dos dados geomagnéticos coletados nas cadeias de estações que o INPE vem operando, já há vários anos, no noroeste, norte e nordeste do território brasileiro. Utilizou-se dados das seguintes estações: Cuiabá (15,35°S, 56°W), Colibri (13,7°S, 59,8°), Vilhena (12,7°S, 600W), Presidente Médici (1l,3°S, 61,8°W), Ariquemes (9,6°S, 63°W), Porto Velho (8,8°S, 69,9°W), Belém / Tatuoca (1,4°S, 48,4°W), São Luiz/Alcantara (2,3°S, 44,2°W), Eusébio/Fortaleza (3,9°S, 38,5°W). |